A dupla Fernando e Sorocaba almoçou na residência do médico Clair Azzolini, em Francisco Beltrão. Os músicos são amigos do Felipe Azzolini, filho de Clair, que os convidou para este almoço ainda no ano passado, quando soube que estariam na Expobel. O convite foi aceito na hora.
Felipe conheceu a dupla aproximadamente há um ano e meio, num show realizado em Umuarama (cidadeonde Felipe reside e formou-se em Medicina Veterinária). Desde então ficaram muito amigos.
Fernando é do Mato Grosso e o Sorocaba é de São Paulo. Sorocaba foi fazer faculdade em Londrina (PR). Fernando já era músico, e ao se apresentar também em Londrina, conheceu Sorocaba e logo montaram a dupla.
Os músicos chegaram em Francisco Beltrão ao meio-dia, vindos de Abelardo Luz (SC), onde realizaram um show na noite de sexta-feira, 7.
Ao chegarem na residência já atenderam a imprensa. Primeiro foram entrevistados por Valdecir Costa, apresentador do programa Mix Total da TV Beltrão. Logo após falaram com a reportagem do JdeB.
Após o almoço, eles passaram a tarde cantando com a família Azzolini em uma descontraída “roda de viola”, acompanhados da sanfoneira Tainá Azzolini e pela sua irmã, a violonista Tairine. As duas são filhas de Aroldo e Ivanilde Azzolini, que também são músicos.
Confira abaixo a entrevista exclusiva que os músicos concederam.

JdeB – Como iniciou a história da dupla Fernando e Sorocaba, sendo que cada um é de um estado (Fernando do Mato Grosso e Sorocaba de São Paulo)?
Sorocaba – Foi na faculdade. Na verdade eu fiz agronomia na UEL (Universidade Estadual de Londrina) aqui no Paraná. O Fernando sempre foi músico e calhou que por coincidência ele estava tocando na cidade. A gente se encontrou lá, aí começou essa parceria. Nós começamos no meio universitário, tocando pra galera da faculdade mesmo, assim foi criando uma amplitude maior, tocando em “botequinho”, bares, casas de show, daí começamos a fazer algumas participações em exposições e aí que a dupla tomou corpo pro nome Fernando e Sorocaba. E as coisas têm acontecido muito rápido, graças a Deus nosso trabalho está crescendo de forma muito acelerada.

JdeB – E a agenda de vocês lotada, com uma média de 15 a 20 shows por mês?
Fernando – Opa, graças a Deus. Nós estamos trabalhando bastante. Se Deus quiser, a tendência agora é, com esse DVD novo que estamos lançando, e o CD, de trabalharmos mais ainda. Não temos preguiça não (risos).

JdeB – O DVD foi gravado em Londrina mesmo?
Sorocaba – Fizemos um primeiro trabalho que foi gravado em Londrina, que já foi solto o ano passado, apesar de não ter dado uma ênfase muito grande para o DVD porque foi um DVD mais “enxuto”. Agora esse próximo trabalho é um trabalho que priorizou a imagem. O DVD foi feito com uma qualidade muito legal. Tem um padrão da Universal, que é a gravadora que nos contratou. Até estamos muito contentes em 2008, porque isso foi fechado tudo este ano. A gravadora vai nos ajudar a distribuir nosso trabalho por todo o país, pois até então éramos independentes. Então, antes, se uma pessoa lá no Nordeste quisesse comprar o nosso CD não teria como, só se fosse pela internet. A partir de agora, em todas as lojas do Brasil o nosso CD e DVD poderão ser encontrados.

JdeB – Vocês já têm várias músicas entre as mais tocadas nas rádios do Paraná e alguns estados vizinhos. Como está sendo essa repercussão pra dupla?
Sorocaba – Graças a Deus, estamos muito contentes. Nossa música já passou da fronteira do Paraná. Já tem algum tempo que estamos tocando na cidade de São Paulo, o que é muito difícil de acontecer. Também tocamos no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina onde estivemos ontem (sexta-feira, dia 7). Então graças a Deus, nosso trabalho está tomando uma amplitude maior, uma amplitude nacional. É muito bom levar as nossas composições, as nossas músicas para um número maior de pessoas. Isso é muito gratificante.

JdeB – Entre as músicas de vocês, têm algumas românticas, country e outras mais dançantes que realmente animam o público. Como vocês definem o estilo da dupla Fernando e Sorocaba?
Fernando – Até nas letras que falam de amor o ritmo é pra cima, procuramos fazer uma balada diferente, sem ser uma coisa melancólica. Assim anima o público sem deixar o romantismo.
Sorocaba – Na verdade, o pessoal chama muito esse ritmo que estamos fazendo de sertanejo universitário, que é essa mistura de ritmos, de a gente usar mais o violão de aço. Universitário gosta mais de um ritmo alegre. Mesmo que esteja falando de uma coisa mais romântica, tem que ser pra cima. Assim misturamos o sertanejo com o rock, sertanejo com vaneira que é mais aqui do Sul, com reggae, com country americano, fazendo um som bem legal. Esse é o nosso estilo. O interessante é ter um estilo próprio. E quem assiste o nosso show, vê que temos um estilo diferente. São vários estilos dentro do sertanejo universitário.

JdeB – E as composições? As letras dizem respeito a algum momento pessoal, ou simplesmente vocês param pra compor e as idéias vão surgindo?
Sorocaba – Na verdade eu gosto muito de escrever coisas que eu vejo, mas que não acontecem comigo. Acontece com um amigo ou que alguém conta. Acabamos transformando em música.
Fernando – Só as histórias de amor que o Sorocaba conta são as histórias dele (risos).
Sorocaba – O Fernando às vezes leva algum chifre, daí surgem as músicas (risos). O pessoal acha que as músicas são histórias que acontecem com o compositor. Se isso fosse verdade, os cantores sertanejos seriam os caras mais cornos do mundo (risos). Às vezes acontece com as pessoas que estão a nossa volta. Mesmo as músicas alegres, também sempre é alguma história que alguém conta que daí fica na cabeça e depois acabamos transformando em música e às vezes colocamos um “toquezinho” de mentira também.
Fernando – Mentira não, fantasia (risos).

JdeB – Com relação ao sertanejo universitário. Há um tempo atrás quem ouvia sertanejo tinha vergonha de falar, era considerado um ritmo brega. Hoje em dia é uma realidade. Onde tem jovens reunidos, estão ouvindo sertanejo universitário. Na opinião de vocês, o que mudou que hoje esse estilo faz tanto sucesso? 
Fernando – Eu acho que hoje o sertanejo tomou outro rumo. Não é mais a mesma coisa. O estilo é outro. Hoje tem duplas como César Menotti e Fabiano, João Bosco e Vinícius, Fernando e Sorocaba, que são um pouco diferente do que vinha lá atrás. Diferente de Zezé di Camargo e Luciano, diferente de outras duplas. Não que o povo já estivesse enjoado deste estilo, mas é que foi uma novidade que chegou e o povo aderiu mais esse estilo.
Sorocaba – Nós temos uma forma diferente de compor, de fazer arranjo